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Nintendo deixa o Brasil. Já vai tarde!

janeiro 12, 2015

Nintendo, feche a porta quando sair!

Muita coisa tem sido dita a respeito da Nintendo “sair do Brasil”. A empresa alega que não consegue se manter na concorrência com outras do setor em função dos altos impostos. Fez sentido pra vocês? Se fez, precisam pensar melhor sobre isso. Vamos entender.

Primeiramente, a Nintendo não está “saindo” do Brasil. Ela nunca esteve aqui, apenas tinha distribuidoras. Quem deveria ser afetado por impostos nesse processo é o consumidor, já que impostos dessa natureza são repassados no valor final do produto. De fato, os produtos da Nintendo eram mais caros que os da concorrência. Mas isso faz muito tempo. Os mais velhos aí devem saber disso muito bem. A Nintendo nunca se esforçou pra ser competitiva no Brasil e nunca deu importância ao mercado brasileiro.

A Nintendo vem sofrendo com crise fiscal há anos no mundo inteiro. Não é exclusividade brasileira. E mesmo assim, suas concorrentes conseguiram se estabelecer bem por aqui e até expandir seu mercado. Por que ela foi a única que não conseguiu? Microsoft e Sony, apesar dos problemas de tributação e adequação às leis do país, conseguiram se estabilizar por aqui. Sem contar as distribuidoras como EA, Ubisoft, Warner, Activision, Valve, entre outras que vêm se estabelecendo no mercado brasileiro de consumidores de games, com aparente progresso.

Uma questão pontual da Nintendo foi ter criado estratégias diferenciadas para seus consoles novos. Quando o Wii foi lançado como “um produto para a família”, ele teve sucesso de venda com um público que até então não comprava esse tipo de aparelho. Mas esse mesmo público não é “gamer”, não tem o hábito de acompanhar o desenvolvimento da indústria e não quis trocar seus aparelhos pela versão mais nova, que foi um fracasso internacional.

E enquanto a Nintendo empinava seu narizinho para os impostos brasileiros (que são altos mesmo, ninguém está negando), Microsoft e Sony se instalaram aqui, passando a fabricar no Brasil e abocanharam um mercado que a Nintendo rejeitou. O PS4 vendeu mais em seu lançamento aqui que o PS3. O brasileiro está comprando mais jogos, mesmo com impostos altos.

O país pode estar com a inflação mais elevada, com uma carga tributária exagerada e a economia pode não estar lá essas coisas, como na Europa e EUA também, mas dizer que a Nintendo saiu daqui só por conta dos impostos é muita falta de honestidade para com o público e consumidor brasileiros.

Agora vamos falar de coisas que a Nintendo não fala…

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O mercado de eletrônicos sempre carregou o fardo do trabalho escravo, como as montagens na China nas fábricas de suor (onde as leis trabalhistas são “flexíveis”, ou seja, cruéis), ou extração de minério em locais da África onde pessoas trabalham em condições sub-humanas com armas apontadas pra suas cabeças.

Estou falando sobre o “mineral de conflito“, ou seja, matéria prima mineral extraída em locais como o Congo, em que escravos são forçados a trabalhar, monitorados por capatazes e até mesmo por drones! Muitas empresas vêm se esforçando para abandonar esse ciclo ou ao menos tornarem seus caminhos transparentes, deixando claro para o consumidor que estão tentando.

Entendemos que não é simples uma empresa adotar essa postura e se manter competitiva. Mas a Nintendo já tomou vários “D” em avaliação de condições de trabalho. E no último ranking divulgado sobre combate ao uso de minerais de conflito, com notas de zero a cem, Intel e HP tiveram pontuações maiores que 50, a MIcrosoft 38, a Sony 27… E a Nintendo um belo ZERO.

Pela falta de honestidade, de transparência, de ética e pelo tamanho do mimimi… Por mim a Nintendo pode sair e não precisa voltar. Já vai tarde.

Feche a porta quando sair!

Fonte 

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Lucas Marçal

Lucas Marçal

Lucas Marçal, tambem conhecido como Luke Vader é CEO do Gameforfun. Youtuber e nas horas vagas gasta o tempo jogando.

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