Em setembro de 2022, aconteceu um dos maiores vazamentos da história da Rockstar. O público teve acesso a informações inéditas e inacabadas de GTA 6. Foi um prejuízo milionário para o estúdio e trabalho perdido de muitos desenvolvedores. No entanto, para fãs que há anos tentam decifrar a possível localização e o tamanho do mapa do jogo, esse vazamento virou uma mina de ouro.
Normalmente, a comunidade usada para mapear jogos da Rockstar depende de trailers e screenshots. Os fãs comparam estruturas, ângulos e referências visuais. Quanto mais imagens diferentes, mais preciso fica o mapeamento. Com Grand Theft Auto 6, a estratégia já funcionou antes do lançamento com títulos como GTA 5.
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No caso do novo GTA, o vazamento trouxe informações inéditas: layouts de fases, animações, trechos de gameplay e até builds jogáveis dos protagonistas Jason e Lucia. Antes disso, não havia nenhum trailer oficial e as primeiras imagens só apareceram em 2025.
Após o vazamento, fóruns passaram a proibir o compartilhamento direto desse tipo de conteúdo. Os motivos variavam: proteger os devs e evitar problemas legais com a própria Rockstar, que disparava ordens para remover conteúdo por direitos autorais. Os próprios fãs ficaram receosos de interagir com vazamentos.
“Levou um tempo até a comunidade aceitar isso”, disseram os youtubers Basement Gamer Bros em vídeo de 2024.
No fim, o valor da informação começou a falar mais alto. Coordenadas e metadados ajudaram a criar uma base para estimar a extensão do mapa. Scripts de código idênticos aos de Red Dead Redemption 2 também deram pistas do escopo do projeto. O trabalho dos “mappers” virou quase uma ciência: cruzar dados, comparar e validar informações como nunca antes.
“Sinto pela Rockstar ter tido o trabalho arruinado por vazamentos, [mas] não poderíamos pedir nada melhor para ajudar nossos esforços”, comentou Basement Gamer no mesmo vídeo.
Para quem gosta de mapear, até bugs e cenas não finalizadas viram ferramentas. Um exemplo foi a sequência em que Lucia atravessa o chão no mundo ainda cru do jogo. O vídeo mostrava coordenadas e dados da câmera, que os fãs usaram para calibrar mapas e tentar encaixar tudo no lugar certo. Assim, usaram os trechos como “papel de seda” sobre a base digital.
Esse trabalho exige dedicação intensa. Mapeadores usam fóruns e Discord para validar cada informação. Mudanças nos mapas da comunidade só são feitas quando há consenso e revisão entre os fãs. Já são oito versões atualizadas do mapa mais aceito. Mudanças só entram depois de serem discutidas e checadas detalhadamente.
Parece preciso, mas até o melhor mapa de GTA 6 é resultado, em parte, de especulação. Às vezes os fãs conseguem quase prever um prédio e até o interior. Em outras, o chute é mais educado, sempre com base no que já se sabe sobre Vice City — inclusive usando dados do mundo real, já que o mapa parece inspirado na Flórida.
Fãs sérios deixam claras as fronteiras entre o que é confirmado e o que é só esperança. Algumas pessoas, principalmente criadores de conteúdo mais casuais, editam trechos em aplicativos simples e tentam passar como vazamentos legítimos. A diferença está na transparência e no cuidado com apuração.
Muitos buscam o reconhecimento e a satisfação pessoal de acertar previsões. Mapear é uma forma de se manter animado durante a longa espera. O desenvolvimento de GTA 6 já completou quase uma década, então criar teorias e mapas virou passatempo para manter a comunidade ativa e unida.
“É como montar um quebra-cabeça”, diz Basement Gamer Bros. “Nosso objetivo é fazer o mapa ficar o mais fiel possível ao jogo oficial, para podermos comemorar e dizer: Conseguimos! Acertamos!”
Quem critica esse tipo de fã esquece que eles também vivem suas vidas normalmente. Nem sempre conseguem atualizar os mapas, seja por férias, trabalho ou compromissos do dia a dia. Outros tantos aproveitam cada chance para colaborar, tentando ser os mais precisos possível.
“Mapear GTA é como viajar para um lugar lindo e memorizar seus cantos favoritos”, resume Basement Gamer Bros em seu vídeo.
O grande destaque atual é o mapa interativo V-Map, organizado por YANIS. O mapa funciona como um “Google Earth” de GTA 6, marcando cada prédio, cruzando referências do mundo real e separando áreas baseadas em vazamentos dos espaços já oficiais.
“Sinto que a Rockstar tem uma mágica nos seus jogos que poucos desenvolvedores conseguem. Acho que essa sensação vem do cuidado com os detalhes… Com GTA 6 e outros títulos da Rockstar, sabemos que teremos um mundo tão rico que vai levar anos para explorar e descobrir tudo”, afirma Basement Gamer Bros ao explicar por que continuam a mapear.
No fim, todos querem saber como será GTA 6. Mapear é só o próximo passo dessa paixão — e ninguém parece se importar se, quando o jogo sair, parte das previsões não se concretizarem. Essa busca já virou tradição entre os fãs mais dedicados da franquia Grand Theft Auto 6.