O estúdio 11 Bit Studios, responsável por The Alters no PS5, emitiu uma nota para explicar a polêmica sobre o uso de IA generativa no jogo. O time comentou ter usado elementos de IA apenas como recursos temporários durante o desenvolvimento. Uma textura de fundo, que continha texto de uma grande linguagem de modelo, acabou indo parar por engano na versão final.
Segundo o estúdio, o erro foi causado por um designer gráfico e o conteúdo era para ser provisório. A equipe diz já ter localizado e revisado o problema. Promete atualizar o gráfico assim que possível em um patch futuro.
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A empresa esclareceu também a situação dos textos nas legendas em português do Brasil. Eles recorreram à IA generativa para traduzir “alguns filmes licenciados” adicionados na fase final do projeto.
“A poucos filmes licenciados que os alters podem assistir na área social da base foram adicionados na etapa final do desenvolvimento. Como foram produzidos externamente, nossa equipe não esteve envolvida no processo criativo, e essas produções precisaram de traduções de última hora. Por conta do tempo muito curto, optamos por não envolver nossos parceiros de tradução e fizemos a localização desses vídeos por IA para pronta entrega no lançamento. Sempre foi nossa intenção acionar agências confiáveis para revisá-los após o lançamento, corrigindo e garantindo a qualidade dos textos. Esse processo já começou, e as traduções atualizadas estão sendo implementadas.”
O estúdio afirma que menos de 0,3% do texto do jogo usou tradução por IA e admite que “foi uma decisão errada” e “os jogadores deveriam ter sido avisados”. Garantiu que vai remover os trechos assim que possível.
“Com os avanços das ferramentas de IA, surgem novos desafios e oportunidades para o desenvolvimento de jogos. Estamos ajustando nossos processos internos para lidar com essa realidade. Mas acima de tudo, seguimos comprometidos com a transparência na produção dos nossos jogos. Agradecemos a compreensão e o apoio enquanto seguimos nesse caminho.”
A polêmica começou quando jogadores identificaram um texto no game admitindo o uso de ChatGPT, o que levantou discussões. O uso do recurso ocorreu em textos “flavor”, desenvolvidos apenas para dar contexto ao universo. Parte da comunidade criticou e apontou que isso tira a sensação de conteúdo artesanal, enquanto outros acreditam que a indústria já busca meios de acelerar processos usando essa tecnologia.
Além disso, erros parecidos foram notados em legendas em português brasileiro, sugerindo que a IA participou também das traduções. Por políticas da Steam, desenvolvedores hoje precisam declarar quando usam ativos feitos com IA generativa. Já a PlayStation Store ainda não exige esse tipo de transparência.
A discussão sobre IA generativa em videogames segue ganhando força. Muitos pedem maior clareza das desenvolvedoras sobre o uso da tecnologia e sugerem filtros de busca para jogos que a utilizam. Outros consideram sua aplicação em elementos menores, como textos de fundo, algo pouco relevante para a experiência geral.
