O modelo de assinatura do Xbox Game Pass chama atenção por ser apresentado como um grande sucesso financeiro pela Microsoft, mas dados recentes sugerem que sua real rentabilidade pode ser questionável. O principal motivo é que os custos de desenvolvimento dos jogos próprios, como Starfield e Avowed, não entram no cálculo de lucro do serviço.
Christopher Dring, editor do The Game Business, afirma que a Microsoft só considera para o Game Pass valores como pagamentos a estúdios externos, gastos em marketing e operação técnica. Os gastos internos de produção de jogos e a possível queda nas vendas diretas — já que muitos títulos chegam ao serviço no dia do lançamento — não são incluídos. Avaliações internas indicam, inclusive, que lançar jogos direto no serviço pode reduzir as vendas em até 80%.
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A própria chefe da divisão Xbox, Phil Spencer, confirmou que a empresa investe mais de US$ 1 bilhão por ano — cerca de R$ 5,5 bilhões — para garantir que jogos de outras editoras estejam disponíveis no Game Pass. Esse valor reforça o tamanho dos gastos para manter a plataforma competitiva, ao mesmo tempo em que a transparência sobre o impacto financeiro dos jogos próprios ainda falta.
Dentro da indústria, as críticas ao modelo têm crescido. Raphael Colantonio, fundador da Arkane Studios, classificou a assinatura como “insustentável” e alerta para os riscos de limitar a criatividade dos estúdios, já que o sistema pode não recompensar projetos que apostam em inovação ou risco.
Esse debate acontece num cenário em que a Microsoft já realizou demissões e cortes significativos em vários estúdios, pressionando ainda mais a divisão de jogos para mostrar resultados positivos. A rentabilidade real do Xbox Game Pass depende, portanto, de uma visão completa sobre todos os custos — tanto externos quanto internos.
Portanto, os custos associados ao negócio do Game Pass são taxas pagas a terceiros, marketing, custos de serviço… e, por essa medida, é lucrativo.
O que eles não contabilizam é a perda de receita que os estúdios originais do Xbox estão tendo como resultado do serviço. Imagino que, se os estúdios originais recebessem uma remuneração semelhante, essa lucratividade poderia não ser correta.
